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"Vir para o Benfica foi uma decisão acertada"
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Experiente, Cristina Prieto trocou a liga espanhola pelo campeonato português, naquela que é a primeira vivência fora do país natal. Cedo mostrou ser uma goleadora de excelência, e no Benfica caminha para a melhor marca da carreira: à data, a avançada totaliza 14 golos, a 4 do registo alcançado no Sevilha (18 tentos na época transata).
Foi também graças ao desempenho de águia ao peito que a ponta de lança se estreou, e logo a faturar, pela seleção espanhola, sinal do contributo do Clube para a evolução da atleta. Ótima conversadora, bem-disposta, expansiva e expressiva em cada resposta, em entrevista ao jornal O Benfica, a dona da camisola 7 fala da adaptação ao Glorioso e das ambições para a presente época.
Que balanço faz destes primeiros meses ao serviço do Benfica?
O balanço é muito bom. Surpreendeu-me agradavelmente todo o conjunto de coisas que encontrei. Ainda continuo a estar espantada. Procuro captar tudo, porque há sempre algo novo, tem sido muito bom, é positivo.
Na altura, quando surgiu o convite do Benfica, foi fácil dizer sim? Tendo em conta que nunca tinha jogado fora de Espanha…
No princípio, custou-me, porque não queria sair de casa, mas depois tornou-se muito fácil. Quando vi isto, todo o trato que aqui tive, inclusivamente uns dias antes de vir, quer pelo staff técnico e também da parte do Presidente, foi um gosto ter vindo.
Em termos de carreira, o que a levou a aceitar este desafio? De que forma é que o Benfica a ajuda a crescer?
Acho que continua a ajudar-me, eu tento sempre melhorar e a cada ano tento ser melhor. Também teve muito que ver com jogar a Liga dos Campeões, era algo que eu queria e, quando houve tanta insistência e tanta confiança depositada em mim, foi um passo para poder vir para aqui, desfrutar e continuar a aprender.
Tem muita experiência e muitos anos no futebol. Que diferenças encontrou entre o futebol português e o espanhol?
Neste momento tudo isto é novo, estive no futebol espanhol muitos anos. É verdade que no início talvez tenha sentido falta daquele campeonato [espanhol], porque era aquele a que estava habituada, mas adaptei-me ou tentei adaptar-me o mais rápido possível. E também somos um clube que qualquer equipa quer vencer. Por isso, muitas vezes, as equipas adotam uma postura defensiva, recuada, e isso causa-me incómodo, porque vinha de um modelo de jogo diferente. É muito diferente.
Nota que há maior competitividade no futebol português, atualmente?
Eu não conhecia o futebol português, só conhecia de observar, de fora, mas isso foi algo que já comentei, e creio que [a competitividade] é algo que está a aumentar. Na verdade, há um par de equipas que é superior, mas penso que depois, a partir do 3.º ou do 4.º classificado, qualquer equipa pode medir forças com outra sem problemas. Também acho que não falta muito para que esta liga possa continuar a crescer ainda mais.
"O Benfica é um clube muito profissional, quer mais, mais e mais a cada ano. E isso, para nós, é de agradecer"Cristina Prieto
E em termos de condições de trabalho, no Benfica Campus, que diferenças encontrou em relação ao que estava acostumada em Espanha?
Bom, se é verdade que aqui temos boas instalações, as instalações do clube de onde venho [Sevilha] também eram muito boas, mas penso que o Benfica é um clube muito profissional, um clube que também tem vencido títulos e que quer mais, mais e mais a cada ano. E isso, para nós, é de agradecer, porque faz com que trabalhemos de forma confortável.
Considera que o Benfica Campus tem instalações de topo para poder trabalhar da melhor forma?
Sim, sim, sim, temos tudo aquilo de que precisamos, e a verdade é que isso está ao alcance de poucos clubes, inclusive em Espanha.
E hoje já se sente 100% adaptada a Portugal e ao Benfica?
[Risos] Sim, sim, já me custa menos, pois, como digo, já não se podem meter comigo [risos], e a verdade é que gosto cada vez mais de Lisboa. Cada vez que conheço um pouco mais cada recanto, apaixono-me mais, e quanto aos Benfiquistas, bom, lá estou eu com eles.
"Condições do Benfica estão ao alcance de poucos clubes" Também nascidas em Espanha, de que modo Pauleta e Andrea Falcón a ajudaram?
Elas ajudaram-me, principalmente a Pauleta, em relação ao idioma. A [Andrea] Falcón obviamente também, mas à distância, por estar a recuperar de lesão, mas tive sempre o apoio delas, e continuo a ter nos dias de hoje. Estou-lhes grata por estarem presentes e tornarem as coisas mais fáceis para mim.
Sente-se muito feliz aqui no Benfica?
Sim, muito feliz.
Foi uma escolha acertada?
Sim, a verdade é que sim, foi uma decisão acertada. Estou muito feliz por estar aqui, por conhecer cada vez mais a história do Benfica, por conhecer um pouco mais Lisboa, e não me arrependo de ter tomado esta opção.
"BUSCAR O GOLO ALEGRA-ME" Tem 14 golos apontados. É a melhor marcadora do plantel, esperava ter tanto impacto na equipa do Benfica, para chegar e deixar a sua marca?
Sim, no final de contas, sou avançada, e vivemos do golo. A busca pelo golo alegra-me, torna-me feliz, não vou mentir, porque é o que eu sou. E espero que possa conseguir mais, mas também fico feliz que as minhas companheiras marquem, pois estamos a falar de um coletivo e não importa quem marque, porque o que queremos são os 3 pontos e a vitória.
Ajudará, também, o facto de o Benfica ter um estilo de jogo muito ofensivo?
Sim, sim, também talvez isso, por exemplo, tenha dificultado a minha adaptação. De onde vinha, havia um estilo mais individualista, ou tinha de criar uma jogada. Aqui, como diz, qualquer uma pode marcar, porque estamos a atacar todas em simultâneo, e isso faz com que esteja mais perto da área e, como se diz em Espanha, faz com que seja só empurrá-la [a bola].
"No Benfica, qualquer uma pode marcar, porque estamos a atacar todas em simultâneo" E, se não for a Cristina, surge sempre outra colega na área, com oportunidade de marcar...
Sim, sim, como disse, fico feliz porque sou atacante e sou casada com o golo, mas, se for outra companheira de equipa a marcar, também comemoro de igual forma, porque somos uma equipa. Estou numa modalidade coletiva, e todas ganhamos.
"É sempre bonito deixares a tua marca e seres uma referência para os meninos e para as meninas" Em termos de objetivos pessoais, pretende ser a goleadora máxima do Campeonato?
[Risos] Sim, aqui entre nós, que ninguém nos ouve, sim, claro. É sempre bonito deixares a tua marca e seres uma referência para os meninos e para as meninas.
Coletivamente, a meta passa por chegar ao final do Campeonato apenas com vitórias?
Sim, vai ser duro, as equipas vão tentar tirar-nos pontos, mas é claro que lutaremos por isso a cada fim de semana, tanto na Liga como nas outras competições.
O Benfica mantém-se no 1.º lugar, apenas com vitórias no Campeonato, disputa também a Taça de Portugal e a Taça da Liga. São naturalmente objetivos que o coletivo quer conquistar…
Sim, partimos com a intenção de conquistar o máximo de títulos possíveis. Perdemos a Supertaça, mas estamos vivas nas outras três competições, e o objetivo é claro, é ir em frente e lutar até ao fim.
"JOGAR NA LUZ NO MEU 1.º ANO É TUDO" No próximo ano, o Benfica jogará no Estádio da Luz com o Sporting, no dia 1 de fevereiro. Já se imaginou a pisar o relvado? Falou também com outras jogadoras que já jogaram no Estádio da Luz? Está ansiosa por esse momento?
Quando nos foi comunicado que jogaríamos no Estádio da Luz, fiquei um pouco nervosa, pois no meu primeiro ano no Clube já poder pisar o relvado do estádio é como… Uff, é ter tudo. Fiquei um pouco nervosa, como outras companheiras. Algumas voltarão a jogar no estádio, vão reviver momentos, porque, se me recordo, já jogaram por um título no estádio. Revivi esse momento das minhas companheiras, elas transmitiram-me isso, e transmitiram-me aquele nervosismo, mas positivo. Quero que chegue já o dia 1 de fevereiro para poder jogar essa partida.
"Quero que chegue já o dia 1 de fevereiro, marcar seria a cereja no topo do bolo" E marcar seria...
[Risos] Seria a cereja no topo do bolo, mas ainda nos falta tempo para esse momento. Mas, sim, seria bonito marcar.
PAPEL DE FILIPA PATÃO E STAFF DESTACADO
Ligado ao desempenho de Cristina Prieto está o papel da treinadora Filipa Patão e do restante staff. "A treinadora também me ajuda em cada treino, bem como todo o staff. Mostram-nos em que podemos melhorar, onde podemos continuar a valorizar o que temos de bom. É um staff que está com cada uma de nós, por querer fazer as coisas bem. E vê-se que estão a fazer bem as coisas; quando não se muda, deve ser por um motivo, então, a verdade é que estou muito feliz com a treinadora e com o staff, porque me ajudam em tudo", refere a dianteira, cuja humildade fica patente ao falar das jogadoras mais novas e na aposta na formação por parte das águias. "Vou ser sincera. Por vezes, são as mais jovens que me dão lições a mim. Aqui, sou nova, estou a incorporar-me, a crescer. Procuro transmitir-lhes a minha experiência, procuro ajudá-las, mas procuro aproveitar o que me podem transmitir, porque também não sei que tempo me restará como futebolista, mas procuro aproveitar um pouco delas para poder ser ainda melhor", diz.
"BENFICA FOI IMPULSO PARA CHEGAR À SELEÇÃO" Falando na seleção nacional, acaba por ser aqui no Benfica que consegue estrear-se por Espanha, e logo a marcar, diante do Canadá (1-1). Recorde-nos um pouco desse momento, e qual o papel do Benfica nesta convocatória para a seleção nacional?
Acho que não sei como classificar esse momento. Há anos que tentava derrubar esse muro, saí de Espanha, e, por um lado, não queria sair, porque tinha essa porta aberta, e, quando talvez não equacionava, aconteceu essa convocatória. Na verdade, fiquei superfeliz por poder representar o meu país, com grandes jogadoras, e no dia da estreia passou-me um milhão de coisas pela minha cabeça. Quando a selecionadora me chamou e me disse que iria disputar uns minutos, fiquei nervosa, sorridente, alegre... Queria desfrutar, tinha também familiares na bancada, e são sensações que não consigo explicar, porque ainda vivo esse momento. Entrei, marquei e foi tudo perfeito, para ser sincera.
Quando marcou, em que pensou?
Quando marquei foi pensar que tinha concretizado um sonho. Conseguiram-no também os meus pais, que estavam nas bancadas, o meu irmão, não foi algo só meu, mas deles também. Consegui, depois de tantos anos, representar o meu país, e marquei o golo que sonhava quando era pequenina e jogava à bola contra a parede.
"Marquei o golo que sonhava quando era pequenina e jogava à bola contra a parede" Sentiu de certa forma que a escolha do Benfica acabou por ser decisiva para a sua chegada à seleção nacional? Estava em Espanha, mas enquanto lá jogou não se estreou.
Em Espanha, não consegui, tinha ido à seleção, mas não me estreei. Creio que estar a fazer as coisas bem no Benfica foi um impulso para chegar à seleção. Creio que a selecionadora observou, e por isso tem-me chamado; e que o Benfica continue a colocar-me num nível máximo para poder continuar na seleção.
A seleção espanhola vai enfrentar Portugal na Liga das Nações [ndr: a entrevista foi efetuada antes do sorteio do Campeonato da Europa 2025, no qual as seleções também vão defrontar-se]. Já houve conversas no balneário com as jogadoras portuguesas?
Já tivemos algumas trocas de ideias, mas como será em abril? Por enquanto, estamos a dar-nos bem [risos]. Vamos ver quanto tempo aguentamos [risos].
"ADEPTOS SÃO MOTOR PARA A VITÓRIA" Como tem sido a relação com os adeptos?
Acho que é muito boa. Eu gosto deles, e acho que eles gostam também. Na verdade, quando os vejo na rua, acabo por ser eu mesma. Os portugueses são muito próximos, muito abertos, são alegres. Então, quando eles vêm apoiar-nos, tentamos que desfrutem, e agradecer a presença deles. Eu, pelo menos, tento fazer com que eles gostem, e agradeço sempre pelo apoio onde quer que vamos.
E, certamente, no Estádio da Luz, com o apoio dos Benfiquistas, haverá outro impacto.
Eu penso que sim. Fiquei surpreendida aquando do primeiro contacto com os adeptos no Algarve e fiquei arrepiada. Ainda não consigo imaginar como será no Estádio da Luz, mas estou ansiosa por esse momento, porque, com certeza, eles vão ser o motor que nos levará a chegar à vitória.
"Fiquei surpreendida aquando do primeiro contacto com os adeptos no Algarve e fiquei arrepiada" Para o próximo ano, 2025, qual seria o seu grande sonho em termos desportivos?
No final das contas, a primeira coisa que sempre peço é não ter lesões e, depois, que todas as coisas boas venham. Sem lesões, tudo o resto vem por acréscimo. Então, que seja um ano lindo como este foi, com grandes coisas, grandes títulos e bons momentos.
E em termos de seleção?
Continuarei a trabalhar aqui na equipa para que isso aconteça, o que com certeza acontecerá.
"PRESIDENTE TRANSMITE-NOS PAIXÃO PELO FUTEBOL" O apoio de Rui Costa à equipa feminina de futebol não passa ao lado de Cristina Prieto, que deu conta da presença do Presidente em alguns dos treinos. A avançada, que enverga o Manto Sagrado com o número 7, admite que é reconfortante que esteja em alguns momentos nas sessões de trabalho das Inspiradoras. "Também vive muito o futebol e transmite-nos essa paixão", refere a internacional espanhola.
ENCANTADA COM A CAPITAL
Encantada com Lisboa, Cristina Prieto admite que a quadra natalícia a deixa ainda mais enamorada pela capital portuguesa. "Há alguns dias, estive na Praça do Comércio, e agora está ainda mais bonita do que quando tinha estado anteriormente, porque vive-se o Natal, há mercados de Natal, e neste momento posso dizer que gosto de tudo. E quanto mais luzes se veem, mais eu gosto", confessa. A avançada espanhola revela que tem sido surpreendida por "recantos típicos" de Lisboa. "A verdade é que fico encantada cada vez que me levam a algum lugar e descubro algo novo", afirma. Embora admita que o pastel de Belém é bom, Cristina Prieto prefere outras iguarias, como o bacalhau. "A comida também é muito boa. Quanto ao pastel, envio sempre para os meus familiares."
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